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Um olhar sobre a memória em “A vida em si”

Atualizado: 8 de abr. de 2022

Emi Luara

A vida em si (2018)

Essencialmente, o filme “A vida em si” constrói uma narrativa que costura as memórias dos personagens para criar um panorama sobre a criação de identidades, diferentes perspectivas e a passagem do tempo. A produção se inicia com a apresentação do ideal de herói, por meio de um passeio por algumas histórias, com a narração do ator Samuel L. Jackson. A trajetória da personagem apresentada como heroína da narrativa é rapidamente finalizada, através de um atropelamento por um ônibus. Esse passeio inicial por diferentes histórias, seria, na verdade, um roteiro escrito por Will, o real personagem a ser analisado. Logo após finalizar o roteiro, Will é expulso de uma cafeteria por estar perturbando a paz e cantando Bob Dylan a plenos pulmões.


É pontuado pela próxima narradora que Will nem sempre esteve mal, mas que ficou assim depois que sua esposa o deixou. Apresentando histórias não lineares, essa produção midiática expõe, então, a vida de Will e Abby Dempsey, um casal feliz em Nova York à espera de um bebê. Na primeira cena do casal, torna-se possível entender o apreço de Will por Bob Dylan: a música dele era a paixão de sua esposa.


Will e Abby

Segundo o antropólogo Joël Candau, em “Memória e Identidade”, a memória dá a ilusão de que o que passou, na verdade, não é passado. Isto é, nos faz crer que, por podermos reviver nossas lembranças mentalmente, o passado não é acabado e inacessível. Pode-se visualizar tal ilusão citada por Candau quando há um trabalho de rememoração através dos flashbacks de Will, seis meses após a partida de sua ex-esposa.


Ao relatar suas memórias em uma sessão de terapia, Will e sua psicóloga conseguem fisicamente adentrá-las. A obra mostra, inclusive, os dois transitando dentro das cenas do passado de Will, e não apenas de Will, mas também de Abby.



Will e sua psicóloga na sessão de terapia

Em “Memória e Identidade Social”, o sociólogo Michael Pollak defende que alguns dos elementos constitutivos da memória, individual ou coletiva, são os acontecimentos vividos pessoalmente e os acontecimentos vividos “por tabela” que, devido à coletividade, são assimilados como acontecimentos vivenciados em primeira pessoa. Isso ocorre na produção, quando Will pontua que não conheceu ninguém além de Abby que tivesse vivido aquelas memórias, ou seja, tudo que ele sabia, havia sabido através das palavras dela, mas era como se as tivesse vivenciado pessoalmente.


Will e psicóloga transitando entre as memórias

Um ponto digno de atenção no “retrocesso” às memórias de Will é a tese de Abby na faculdade. Ao escrevê-la, ela introduz à trama o ideal de narrador não confiável, um conceito formulado por Wayne C. Booth, que pode facilmente se ligar ao ideal de memória e subjetividade. Isto é, Abby expõe que, devido às diferentes perspectivas e diversas formas de produção de memória, a forma de um indivíduo perceber a vida e perceber a si próprio é, na verdade, apenas um recorte a partir de uma perspectiva. Essa ligação entre perspectiva e o ideal de memória e subjetividade também é citada por Pollak, ao falar sobre o fenômeno da seletividade da memória, em que nem tudo fica gravado e o que fica gravado é subjetivo. Sendo assim, a memória é influenciada pelo momento e estado em que se é gerada, além da herança a ela concebida. O elemento “organização em função das preocupações pessoais ou coletivas” é também constitutivo da memória, tornando-a um fenômeno construído e resultado de organização.


Abby falando sobre sua tese da vida como um narrador não confiável

Dessa forma, compreende-se que a memória é elemento constituinte da identidade do indivíduo e do narrador em questão, assim como a identidade retroalimenta a memória e a modifica, interpreta e flutua. Sinaliza Pollak: “Cada vez que uma memória está relativamente constituída, ela efetua um trabalho de manutenção, de coerência, de unidade, de continuidade, de organização”.


Will mostra, também, como eles se conheceram, suas conversas, momentos íntimos e difíceis. As lembranças de Will começam a sugerir, então, que ele e Abby não eram um casal tão feliz como apresentado no começo. E inicia-se, desta forma, uma retrospectiva de memórias ruins sobre o relacionamento, enquanto a terapeuta e Will ainda acompanham as memórias como se estivessem dentro delas. Will constata que houve motivos para Abby tê-lo abandonado e que a culpa pelo fim da relação seria completamente dele próprio.

Momento em que as memórias de Will começam a se transformar


Contudo, com o avançar do diálogo, a terapeuta o traz à realidade e sinaliza a verdade: Will estava, inconscientemente, produzindo as lembranças ruins para mascarar o trauma e culpabilizar a si mesmo pela morte da esposa. Pois, como ressaltado pela psicóloga, perdê-la por escolha doeria menos do que perdê-la para a morte. Ademais, Abby morreu em um acidente, atropelada por um ônibus, o que leva o espectador de volta ao início do filme, em que a heroína do roteiro de Will havia sido morta da mesma maneira, e tal heroína era interpretada pela própria psicóloga, dando a entender que Will projetava suas memórias dolorosas no presente e em figuras alheias ao passado. Como posto por Joël Candau, a memória é a identidade em ação, contudo, ela pode também distorcer ou transformar o sentimento de identidade, como no caso de traumas, como o de Will, que buscava mascarar suas memórias e minimizar seu sofrimento.



Cena do acidente de Abby

Durante a viagem nas memórias, Will pôde perceber que os momentos trágicos que ele expôs para aliviar a dor do luto, ora não haviam acontecido, ora aconteceram, mas Abby já não estava mais lá. Como o momento em que ele pediu para ela voltar, juntos em um restaurante, e ela respondeu: “Sinto muito!”. Na verdade, ele estava chorando sozinho. Ao entender seus próprios sentimentos e se situar na realidade, Will se nega a aceitá-la, e a dor da consciência das memórias resulta em suicídio em meio a sessão de terapia.


Memória de Will com a ausência de Abby Cena do suicídio

A história segue com enfoque na filha do casal, sobrevivente do acidente que matou sua mãe e, aliás, nascida do próprio acidente. Dylan, nomeada em homenagem a Bob Dylan - por si só, um nome carregado de memória - tem a vida apresentada desde infância à maioridade. Incluindo uma cena na qual, visivelmente abalada, transita nas memórias alheias - assim como seu pai - e tenta conversar com os pais, interferir e mudar o passado.



Dylan conversando com seu avô paterno

Michael Pollak pontua que a memória também é constituída pelo elemento “personagens”, sejam eles personagens que fazem parte de histórias de vida ou que são assimilados a tais histórias. Por exemplo: a história oral transmitida gera um alto grau de identificação, constituindo memórias “por tabela” ou pertencimento, mesmo que não vivenciados diretamente, devido, por exemplo, à ancestralidade. Enquanto Dylan está na memória, um garotinho dentro do ônibus que atingiu sua mãe indaga se ela está bem.




Garoto presente na transição das lembranças assimiladas

Cabe, aqui, sinalizar a colocação da jornalista Ana Paula Goulart em “Mercado da nostalgia e narrativas audiovisuais”, quando cita Walter Benjamin ao descrever o “Anjo da História” como alguém que gostaria de parar no tempo e recompor o destruído, mas é empurrado para o futuro pela sede de progresso. A nostalgia de Dylan e seu desesperado desejo de mudar o passado seria, então, um sentimento relativo à memória, que tende a privilegiar o passado em detrimento do futuro.



Dylan transitando na memória assimilada do acidente

Também é possível visualizar que, assim como Will, que transitava nas memórias de Abby, agora Dylan transita nas memórias dos dois e das pessoas que lhe contaram sobre o acidente e as mortes de seus pais, seus avós paternos. Eles sofreram o processo de construção, seleção e organização dessas lembranças para poderem transmiti-las, ou seja, como sinalizado por Michael Pollak, a memória deve ser reconhecida, também ou sobretudo, como um fenômeno seletivo e coletivo, sendo assim um fenômeno que ocorre coletivamente e está sujeito a mudanças, transformações, interpretações diversas, etc. Lembrando, entretanto, que mesmo mutáveis e diversas, as memórias coletivas tendem a ter pontos invariáveis, isto é, pontos comuns inconfundíveis que são, consequentemente, tidos como realidade. Um desses pontos seria a morte de Abby e a reação de Will.


A partir disso, o filme conta em paralelo a história de Javier Gonzalez e sua família, em Sevilha, a muitos quilômetros de Nova York, na Espanha. A narrativa dos espanhóis se inicia com o Sr. Saccione, chefe de Javier e proprietário de um negócio de azeite, contando a história de seus pais e, consequentemente sua, a partir de memórias. Em resumo, Saccione conta que seu pai separou sua mãe de tudo que ela conhecia e amava, inclusive do azeite espanhol e que por isso a azeitona tem tanta importância para ele e é a alma de seu negócio. Pergunta, então, para Javier porque a azeitona é tão importante para um mero empregado. Javier alega fazer o que é correto, ao trabalhar nos campos de azeitonas, simplesmente porque é o correto e conta que é um homem simples, sem história. Ressalta, outrossim, que faria diferente do que o chefe fez em sua história e não aceitaria o dinheiro de um homem como seu pai. Mesmo que o personagem coloque em suas palavras a fala de que não tem história e não é ninguém, percebe-se que sua decisão acontece devido a sua construção como indivíduo.



Saccione observa Javier trabalhando nos campos de azeitona

Segundo Ana Paula Goulart, o vocábulo nostalgia foi usado pela primeira vez na Europa no século XVII, para se referir à patologia provocada pelo “desejo de voltar para casa”. Com a modernidade, o conceito mudou e ampliou-se, entretanto sem perder a sua essência: o desejo de retornar a lugares e tempos perdidos, o desejo de viver na memória. Ambos os fenômenos ocorrem na história de Saccione, o desejo de manter viva sua mãe através de seu trabalho e de voltar para sua casa.



O diálogo entre Javier e Saccione

Com o passar da obra, o Sr. Saccione tenta se aproximar de Javier, concedendo-lhe uma promoção e habitação em troca do serviço. Javier constitui sua família, formada por Isabel Gonzalez e seu filho Rodrigo Gonzalez. Vendo a felicidade da família, Sr. Saccione começa a se aproximar de Isabel e Rodrigo, tentando suprir seu vazio e buscar felicidade na família alheia, em suas próprias palavras. Javier logo percebe a situação e ao tentar afastar o homem, ouve de seu filho que o garoto queria viajar à Nova York com o chefe. Javier entende tudo e, orgulhoso como era, busca planejar a viagem de sua família – sem o Saccione.


Javier e Isabel Gonzalez

Aproveitando muito a viagem, Rodrigo dentro de um ônibus exclama que queria ir até a parte dianteira do veículo, o que se segue com diversos cumprimentos e conversas entre a família e os passageiros. Javier fica conversando com alguns estadunidenses, enquanto Rigo, apelido do garoto, alcança o motorista e tira, por segundos, sua atenção. A distração causa um acidente: o ônibus atropelou uma mulher grávida, que ficou estirada sangrando no chão, com um homem chorando desesperadamente a seu lado e pessoas gritando ao redor. Rodrigo havia tirado a atenção do condutor que atropelou Abby, e esses vinte segundos passariam pelo cérebro do pequeno Rodrigo Gonzalez durante anos.


O garoto Rodrigo Gonzalez na cena do acidente

A partir da construção de um trauma, a dinâmica da família se transforma completamente. O menino passou a ter um comportamento ocasionado pelo estresse pós-traumático, tendo dificuldades para ficar sozinho e dormir, urinando enquanto dormia, gritando e não conseguindo controlar suas múltiplas emoções. Javier, um homem simples, não compreendeu o comportamento e as sequelas deixadas e, por sua vez, se transformou e afundou-se no álcool. Já sem opções, Isabel sugere recorrer ao Sr. Saccione para busca por tratamento psicológico especializado.


Bebidas alcóolicas de Javier

Rodrigo recebe o diagnóstico de trauma infantil causado pela experiência angustiante que vivenciou. O trauma era tratável e curável, contudo seria necessário arcar com os custos do tratamento. O Sr. Saccione declara que Isabel e Javier não precisariam se preocupar com valores, pois isso seria sua responsabilidade. Quando as soluções parecem surgir e as coisas tendem a se acertar, Javier percebe que pode estar perdendo sua família para o chefe. Já que as visitas não poderiam ser mais proibidas e os presentes não deviam ser recusados, Saccione passa a ser parte da família e é chamado de “tio” por Rigo, tirando, dessa maneira, a única coisa que havia restado para Javier além de seu lar, seu orgulho.


Isabel e Javier Gonzalez

O filme mostra, sutilmente, Saccione adentrando o espaço dos Gonzalez, ensinando inglês a Rodrigo, tentando se aproximar de Isabel, e agindo, cada vez mais, como se fosse o “homem do lar”. Javier decide partir, e pergunta a Saccione se ele ama a família, que responde positivamente, ao pedir desculpas. Javier relembra a história contada por Saccione anos atrás e diz que seu pai ficaria orgulhoso, visto que ele também estava tirando de alguém tudo que essa pessoa conhecia e amava. Talvez Saccione tenha repetido a história pela própria necessidade desesperada de fugir da memória de seu pai e não acabar como ele.


Javier e Isabel falam com especialista Saccione brinca com Rodrigo

Javier parte para Madrid e diz, durante uma discussão com Isabel, que Saccione vai cuidar deles. Posteriormente, Isabel dialoga com Saccione e garante que ele vai ajudar Rigo a encontrar seu caminho para a felicidade, mas que ela nunca poderá amá-lo. A trama avança anos até a maioridade de Rodrigo e sua entrada na Universidade de Nova York, entretanto, sua mãe fica doente e ele decide não ir. A doença é um câncer, que avança rápido, mas Rodrigo escolhe permanecer ao lado da mãe e trabalhar nos campos de azeitonas, colhendo-as como seu pai, o que faz Saccione relembrar o passado. Mesmo que Rigo queira ficar, sua mãe o convence a partir para a faculdade – seus argumentos não são revelados ao espectador ainda.


Rodrigo e Isabel nos campos de azeitona/Saccione observa Rodrigo tal qual fazia com seu pai

Rodrigo se mudou para Nova York e prosperou, sendo o melhor da classe, praticando exercícios e se relacionando amorosamente. Ele economizou cada dólar que pôde para, durante as férias, retornar ao local para o qual sua bússola interna apontava, sua mãe. Após passar por um dia de emoções e lembranças, sua atual e futura ex-namorada quase é atropelada, como Abby, mas Rigo impede o acidente.


Rodrigo e Isabel

A vida de Isabel, a muitos quilômetros de Nova York, estava se esgotando e Saccione escreveu uma carta para Javier. Nesse momento, descobre-se que ele assim o fez durante todos os anos, alimentando sua memória, pois Saccione acreditava no poder da palavra escrita e Javier, antes de abandonar a família, pediu que o mantivesse atualizado sobre a vida de quem ele deixou para trás, mas jamais deixaria de amar.


Diálogo entre Isabel e Javier após anos

Quando Rodrigo chega em casa, ainda em Nova York, depois de passar uma tarde com a já ex-namorada, recebe a notícia de que sua mãe faleceu. A trama se volta, então, para Bob Dylan, e seu álbum citado anteriormente por Abby. Ao som de Bob Dylan, Rodrigo sai para correr, sendo surpreendido por uma garota chorando em um banco na rua. Rigo, preocupado, pergunta se ela está bem e a narradora da obra indica: Rodrigo havia conhecido Dylan, filha de Will e Abby e futuro amor de sua vida. O encontro aconteceu no aniversário de Dylan, na mesma data da morte da sua mãe, em que Rodrigo estava presente, mas que, agora, era também a data da morte de Isabel, sendo uma data regada de sentimento e lembrança.


Encontro entre Dylan e Rodrigo

Revela-se então, a face da narradora, Elena Dempsey-González, filha de Rodrigo e Dylan, neta de Will, Abby, Isabel e Javier. Ela pontua que seus pais encontraram a única canção de amor de sucesso em um álbum normalmente melancólico de sua família, referindo-se a “Make you feel my love”, de Bob Dylan. Segundo Ana Paula Goulart, ao retomar o passado de forma nostálgica, pode-se exprimir descontentamento com o presente, agindo de forma melancólica, como agiram Will e Javier. E também pode-se rememorar em forma de crítica, entendendo a necessidade das mudanças para o futuro e evidenciando o que é pertencente ao passado, mas se mantém no presente, como fizeram Dylan e Rodrigo.



Elena contando as histórias a partir de memórias assimiladas

Ela retorna, assim, à memória dos argumentos, antes não revelados, utilizados por Isabel para mandar Rigo à faculdade: “Chega, acabou! Presta atenção. Rigo, você teve muitos altos e baixos na sua vida, até demais, e vai ter mais. A vida é assim, é isso que ela faz. A vida te põe de joelhos e te leva mais para baixo do que você acha que pode chegar, mas se você se levantar e seguir para frente, se você for só mais um pouco para frente, você sempre vai encontrar o amor. Eu achei o amor em você. E minha vida, minha história vai continuar depois que eu me for, porque você é minha história, você é a história do seu pai, do seu tio. Rigo, o meu corpo não aguenta, mas você sou eu. Então, pode ir agora e me dê uma vida linda. Eu quero a vida mais bonita de todas. E se a vida deixar a gente de joelhos, você levanta a gente, vai para frente e encontra o amor”. E ao relembrar como ela o colocava para dormir na infância, durante suas crises de trauma, visualizamos Rodrigo como a criança que um dia foi, como se o tempo não tivesse passado.



Diálogo entre Isabel e Rodrigo, com rememoração de sua infância

Retoma-se, também, o ideal de herói que foi colocado no roteiro inicial de Will e na tese de Abby sobre a vida como um narrador não confiável, já que na memória dos personagens, cada um deles próprios já foi ora vilão, ora herói. Novamente segundo Michael Pollak, ao considerar a construção da identidade a partir da memória e vice-versa, deve-se levar em consideração: a unidade física (fronteiras físicas ou de pertencimento), a continuidade dentro do tempo (físico e psicológico) e o sentimento de coerência (unificação e sentido dos elementos).


A narradora, filha e neta, finaliza o filme com a seguinte fala: “A qualquer momento, a vida vai me surpreender, ela vai me deixar de joelhos e quando isso acontecer, eu vou me lembrar que eu sou o meu pai e sou o pai do meu pai, eu sou a minha mãe e sou a mãe da minha mãe”. A fala concorda com Joël Candau, visto que a memória constitui nossa trajetória, sendo, consequentemente, chave da nossa identidade. A memória alimenta nossas características e é retroalimentada por elas. Ou seja, a identidade de cada um é nutrida pela capacidade que este tem de manter vívidas suas lembranças.



Elena Dempsey-Gonzalez


Rodrigo Gonzalez

Javier Gonzalez

Dylan Dempsey

Abby Dempsey

“Eu não sei bem a história de quem eu contei, não sei se foi a minha ou de algum personagem que eu ainda vou encontrar. Eu não tenho certeza de nada, eu só sei que a qualquer momento, a vida vai me surpreender, ela vai me deixar de joelhos e quando isso acontecer, eu vou me lembrar que eu sou o meu pai, e sou o pai do meu pai, eu sou a minha mãe e sou a mãe da minha mãe. E mesmo sendo fácil se afundar nas tragédias que moldam nossas vidas e mesmo sendo natural focar nesses momentos indescritíveis que nos colocam de joelhos, devemos lembrar que se levantarmos, se levarmos a história um pouco mais a frente, só um pouco mais, há amor. Se formos adiante, existe amor”.

(Fala final da narradora)



REFERÊNCIAS


A vida em si. Direção de Dan Fogelman. Estados Unidos, 2018. Amazon Studios. 01h58min.


POLLAK, Michael. Memória e identidade social. Estudos Históricos, Rio de Janeiro, v. 5, n. 10, p. 200-212, 1992. P. 200-207.


CANDAU, Joël. Preâmbulo. Memória e identidade. São Paulo: Contexto, 2012. p. 15-19.


RIBEIRO, Ana Paula Goulart. Mercado da nostalgia e narrativas audiovisuais. E-compós, Brasília, v. 21, n. 3, p. 1-15, set./dez. 2018.


 

Emi Luara é estudante do curso de Jornalismo da Universidade Federal de Ouro Preto.



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